A máscara de cartolina que escondia o rosto dessa colombina Caída no chão, amassada e pisoteada Por sandália, por coturno, por botina Feita de lápis de cor e purpurina, Purpurina e lápis de cor Rasgada, machucada, descartada sem pudor Feito coração de pierrô No salão improvisado do ginásio de esportes municipal Entra delegado, Entra traficante, Entra filisteu, Entra marginal, Entra todo mundo, entro até eu Que odeio carnaval Entrem Pela porta da frente, felizes, contentes, os sobreviventes das chacinas Entrem Antes que se arrebentem dos pulsos da dor as algemas de serpentina Dia raiou, eu não raiei Galo cantou, não escutei Vem comigo, meu amor, Que a tristeza não tem vez