Se todo artista é perturbado, então Deus é Se todo poeta é apaixonado, então Deus é Se tudo que cria, cria por carência, tenham paciência Eu nasci cheio de pecado, então, pois é Eu aprendi que rap bom é aquele que te cobra Então fiz em nome do vento O play é um botão por onde o sopro sopra Pego um ambiente, cuzo e transborda, feito Pega umas vida medíocre e transforma Aceite o tratamento, senão fica feio Que nem esses irmão que usa sem tragar pro peito Lembra que nessa cultura válido é o recheio Esses vinil riscado é murro nos perreio Eu creio, pô Festa de preto que fui convidado Do que aprendi, desaprendi só o que foi me ensinado Nem porra louca nem tão sábio pra deixar de lado Restos daquilo que tentou me tornar um arrombado Então, rap, muito obrigado, cê faz parte disso Pedi licença pra chegar a bença pro ofício Queria vir bem Beto Guedes, simpático e calmo Mas tô mais pro meu mano Neto, traumático e brabo Ainda esse boombapão me inspira e as rima se encaixa A vida não Essa nunca se encaixa A vida é broca sem graxa Ou seja: A vida cobra E exige a melhor manobra da mente que embora Já entorpecida de fumaça não passa do agora Fora que o agora é só a sobra pra quem vê de fora O corpo é espada no tempo, corte seco no eterno A sanidade foi doença na crença do inferno Moderno, pensa a vida, então queimei meu terno Já me alistei, mais um interno da casa dos noia Não pedi água, mas na água não nado sem boia Arrogância pesa, é verdade Disseram: É medo, era só humildade Na era da saga da sagacidade De cada vaga que suga a cidade Não sigo a idade, atemporal, espírito livre Escolho a relação, essa culpa não Da bolha delação, a culpa deles são Fiz nossa lição, nos falta aprender Se arrepender é reaprender, isso vai doer Já não comporto o fluxo divino Entoo o meu hino quase pra ninguém ouvir Coisa de MC ou coisa de menino? Me afogo na pressa de ser inteiro Do chão ao teto, jão Não ser metade de um todo Bem melhor que ser inteiro é ser completo Foi num sopro e minhas dívida foi quem? Pra aquele que me trombou brabo E fez um homem mau em amor virar feto Conta quantas noite virada no lodo da Chuva fez seu verão se quebrar em breu Isso aí que te deram de graça não é vida Foi só o que ninguém te deu Era eu, mó náusea, outro soldado sem causa Cujo fardo foi matar por amor sem jamais ter amado Pecado é a voz do mal que emudece o profeta Agride pique a fome que deixa puto até zerar o apetite No meu limite me restou só uma ponte pra seguir Por algum onde eu, quando passei, explodi Pra viver mais um segundo de amor e não implodir Na agonia de Henry igual filme do Papillon Tenho saudade e nada do passado cabe agora E só por hoje é fé que essas rimas sejam mais do que asas E nossa oração de dor seja nossa mais sincera fratura exposta E que se amontoe nas brasas Dois mil e nada vi, cada linha que escrevi Cada lágrima traduzi, do pó que sobrevivi Bati o pó do sapato, pecado é papo atrasado Pronto as palavras pregada com os prego da cruz esvaziada Risada ria nóis quando revés Um ferréz pra cada vinte mil desses boróca Nasce dando milho sujo e vive igual pipoca Nóis é coisa ruim E ainda assim, no baralho limpo veste a 10 Parte de mais da metade de mim, o rap é a cota Se não é isso, sobra o eco das pergunta sem resposta Se a vida nos resta, então seja assim Luto pelo resto que ainda vive em nós Nunca deixar chegar no fim A raça humana é uma semana O trabalho de Deus A raça humana é uma semana O trabalho de Deus A raça humana é uma semana O trabalho de Deus A raça humana