Olho na parede meu chapéu de palha Queimado do sol e com tempo judiado Em uso em um dia lá na minha joça Botado pra roça e de suor molhado A tarde o patrão nos pagava a tarefa Era a conta exata da compra do dia A luta era feia e sem opção Sujeitava a tudo, até imposição Mas Deus me ajudava e eu não desistia Mas e hoje em dia o conforto encontrei Pois sempre lutei com dignidade Meus grandes amigos estão junto a mim Completando assim minha felicidade O senhor do céu tem força infinita Pra quem acredita nessa verdade Os calos que tenho espalhados nas mãos Comprova que eu venci no sertão E sempre será minha identidade Não precisa ver a mão de um caboclo Que estiver usando um chapéu de palha É mão calejada do tranco pesado No solo sagrado, onde o caboclo malha Igual um atleta ou um general Que traz em seu peito uma linda medalha O caboclo tem a mão calejada Medalha de honra do cabo da enxada. Melhor documento de um chapéu de palha