Todo dia é igual, um desassossego Amassa o jornal, beirando o desespero Engole um Tramal pra ninar as dores Em colaterais soluços e tremores Ao chegar em casa, só cansaço e horror A TV fora do ar, a cabeça custa a desligar Sombras e fachos azuis Mais um corpo roto vai tombar O bem-te-vi sonâmbulo cantou às quatro da manhã Interrompendo um sono afogado de suor Prepara o café, nada vai cantar Olha o céu cinzento e diz Olha o céu cinzento e diz Todo dia é igual Todo dia é igual Todo dia é igual