E entrou o silêncio Do abissal escuro E tocou com os dedos Minha pele nua Me pegou de jeito Arrepio na espinha Minha boca sêca Em seus lábios úmidos Me beijou a orelha Me mordeu a língua E rangeu seus dentes Uniu os nossos ventres Me marcou os seios Com suas mãos de santo E eu sua devota Lhe falei besteiras Me apertou as ancas Ergui os joelhos E suava odores Muitas cores flores Todos os amores Em moto-contínuo Até ser seu cálice E ele o melhor vinho Até ele ser abastado de mim Minha seleta fruta Até eu ser uma folha que brota De seu talo rijo