Ah! Se eu achasse um amuleto do tempo Nos primeiros instantes voltaria aos 12 À flor da minha adolescência E ajustaria as minhas escolhas Precipitadas e inconsequentes Talvez assim libertaria aquelas mãos atadas e indolentes Graças aquela personalidade servente e inocente Ah! Se eu achasse um amuleto do tempo Daria uma volta nos primórdios da minha mocidade Que por falta de seriedade e identidade Deixei por tola autossatisfação oportunidades passarem Sem a menor preocupação Ah! Se eu achasse um amuleto do tempo Desta vez, daria sim aquela proposta excepcional Aquilo sim turbinaria a minha vida profissional Embora ainda assim precisaria de muito mais Que acordos para estar abordo no navio dos vencedores Se eu achasse um amuleto do tempo! Iria reconfigurar aqueles planos não planejados E de natureza inconcretizável Que deixaram-me hoje na eminência De fazer parte do livro dos sem futuro Mas quer saber? Eu nego terminar deste jeito infrutífero Em contraste a minha realidade despida Esforço-me a estruturar O contra-ataque ao futuro incerto E remover das minhas ideias A hipótese de achar um amuleto do tempo Para deletar as loucuras do passado Que enfiou-me neste precipício Porque a verdade crua e nua Realista e perfeccionista É que amuletos do tempo Meus amigos, não existem