Eu venho das bandas do Assaré, meu senhor Trago um repente pra tocar teu coração Tenho nas mãos a poesia que aprendi, meu senhor Meu canto é forte, feito os "óio" de Lampião Nasci no barro da estrada, Ao som do maracatu Sou do espinho da flor do mandacaru Vou pela vida contando as coisas do meu sertão O meu lamento é profunda oração Sou patativa, sou do Assaré, do ar Língua de trovador, rio que dá no mar Sou Patativa, sou do Assaré, do ar Língua de trovador... Sou um nordestino matutando esperança Rimando às vezes sou meio camaleão Mudo de cor, se for preciso Vou no chão da lembrança Pois é na rima que alivio o coração Misturo dor e saudade Miséria e comunhão Vislumbro felicidade, meu senhor Mas também sou de folia De lua cheia e paixão Sou fruta que dá no tempo Eu sou trovão Sou patativa, sou do Assaré, do ar Língua de trovador, rio que dá no mar Sou Patativa, sou do Assaré, do ar Língua de trovador, rio que dá no mar