Katu Mirim

Aguyjevete

Katu Mirim


Creio que, pelo Brasil inteiro
Vai levantar, ou já levantou
Índios esclarecidos como eu
Que levantará sua voz
Em prol da sua raça
Nós reclamamos a injustiça, a calúnia, a pobreza, a fome
Que a civilização nos trouxe
Eles acham que eu devo abandonar isso aí
Que devo voltar para casa
Ficar quietinho, e deixar alheio o sofrimento dos meus irmãos

Vou falar, toda licença
Eu vim te apresentar
A verdadeira história que eles tentam camuflar
O Brasil tem genocídio, dor, massacre e escravidão
Mas isso não aparece na sua televisão

Com arma na mão, e cruz no pescoço
Mataram mais de mil parentes lá no Mato Grosso

Absurdo é dono da terra ter que lutar por demarcação
E os ratos chamam isso de grande revolução

Meu grito ecoará, arrebentará sua janela
Meu sangue é meu orgulho, não é sua aquarela

Então fora que agora nossos povos se unirão
Então corre agora são vocês que fugirão
São vocês que fugirão

Maraca, cocares, tambores, turbantes
A Terra tremerá como nunca tremeu antes
Maraca, cocares, tambores, turbantes
A Terra tremerá como nunca tremeu antes
Maraca, cocares, tambores, turbantes
A Terra tremerá como nunca tremeu antes

Aldeia, quilombola, são fortes, são resistência
Mas se um desiste, enfraquece, tem consequência
Bolsonaro gritou “Fora quilombola e aldeia”
Hey, racismo não é crime? Por que ele não tá na cadeia?

Racismo velado, é o nosso povo sendo massacrado
Racismo velado, nunca somos protagonizados
Racismo velado é bandeirante sendo exaltado

Racismo velado, chega de ficar calado
Chega de ficar calado
Meu povo vai ser exaltado
Racismo velado

Maraca, cocares, tambores, turbantes
A Terra tremerá como nunca tremeu antes
Maraca, cocares, tambores, turbantes
E a Terra tremerá como nunca tremeu antes

Minha vida vai ser até o fim
Vai ser essa luta