[Karol Freitas] É difícil acreditar No século XXI Velam que a mulher preta Não se dá pra namorar Pra dar as mãos, pra se casar E é confundida com a babá É difícil acreditar No século XXI Que um monte de mulher preta Só se dá pra ser mais um Pra lavar prato, pra cozinhar Ser mãe solteira, se preocupar E a solidão bate na porta Alguém tem que atender E é você, você e a solidão A solidão como um espinho E o desconjuro é o sofrimento E não há nada pra se oferecer [Duquesa] Olho vê colonizador Que nega afeto E usufrui o calor Toda mulher merece amor Entre vários olhares há carga de dor Machista não visita meu templo Preconceito não suja minha casa Dizer que mulher preta é só prazer É pura falácia, se cale e saia Sentimento e vivência amargura o coração que sente Minha alma fria e o meu corpo tão quente Homem com mente arcaica e mulheres tão à frente O primeiro namorado Não queria passear Apresentar pra família Isso era uma ilusão Deixa tudo encoberto Pra quê tanta exposição? Sonhar com um casamento Pôr aliança nas mãos É melhor deixar pra outra Toda essa ascensão Mas tu pode ser amante Que ninguém vai ligar não! E a solidão bate na porta Alguém tem que atender E é você, você e a solidão A solidão como um espinho E o desconjuro é o sofrimento E não há nada pra se oferecer E não há nada pra se oferecer E não há nada pra se oferecer