Karina Ninni

Banquete

Karina Ninni


Quero o banquete
Samba no pé
Parangolé
Biscoito fino
Da língua da ralé
Quero mais do que é
Esse país da tv.

Quero ferir-me
Na distorção
Das guitarras
Em algaravias
Quebrar meu violão
Lançar na multidão
Uma proposta de viver.

Quero beijar
Todo vir-a-ser
Posto que não sou
Qualquer ideia de gente vã
E quero como aquele ou aquiles
Estar pronto pra tudo
Enfrentar quem botar
A cara pra apanhar.

Eu tenho um jeito de dar o tom
Sou um sujeito de me amarrar
Num mar de amor
Que erra pra se libertar.

Quero o avesso
Da letra morta
Poesia farta
Por ter um verso avulso
E não fazer jus
A um bordão
De hipocrisia imunda.

Quero dançar
Me divertir
Deixar rolar
Parar pra ouvir
Um samba do jobim
Não tenho um estopim
Para jogar no mundo.