Kami Lee

A Margem da Loucura

Kami Lee


Ando pensando sobre tudo um pouco
Eu não paro de pensar e isso me deixa louco

Mas talvez seja bem melhor pra mim ser assim né
Já que hoje em dia o normal é ser escroto

Tô virado desde ontem e foda se
Minha mente pede partida
Meu corpo diz não mova-se daí

Foda é conciliar razão com emoção
Moça, se tu ousa a me acompanhar
Verás que a vida é agridoce

Antes fosse comerciais de cerveja
Olha minha cara eu não me vejo em revista VEJA
Mas num é lamento
É somente minha expressão de certeza
Tô lotadão de incertezas
Mas com minhas cartas na mesa

É que sem destreza, cês se passam fácil
Sua tal esperteza é o que te distrai fácil
Minha extração vem me cobrando ser hábil
Eu guia da minha vida mesmo sem ser habilitado

Ilimitados
Copos cheios, corpos podres, tragos
Tamo alimentando vícios
Cada qual com seu quadrado

Camuflados, camaleões na selva de pedra e aço
Tramam e cospem mentiras
Á sombras de tiras
São heróis falsificados

Sensação de segurança monopolizado
Mano, monetizaram a fé e os caralho a 4
O povo tomando no cú sem nem tá de quatro
(Seria cômico se não fosse trágico)

Sigo no compasso da batida que é refúgio
Dito cujo, ainda tô só no prefácio
Logo dispenso o presságio
Deixa que eu me viro

Na selva, se a presa tá fácil a regra é clara, filho
Vê se não erra no tiro
Delírio é achar que vivemos em equilíbrio
E ver sentido onde nunca tem nexo
É complexo desde o princípio

O que alimenta teu vício?
Que que você julga ser real nesse teu mundinho fictício?

O que alimenta seu vício?
Que que cê julga ser real?

À margem da loucura mas com lucidez de sobra
Verme sai da bota
Cada um sabe o peso da cruz que carrega
E do preço pago por sair da rota

Hoje é legal arrotar bosta
Mas a rua não atura chacota (não, não)
Uns contam notas, outros lorotas, alguns os dois

É um filme sem claquete
Porém sempre tem quem corta

Eu vivo a margem da loucura mas com lucidez de sobra
Verme sai da bota
Cada um sabe o peso da cruz que carrega
E do preço pago por sair da rota

Ruptura na estrutura, uns vem pra desviar
Não vem pagar de iluminura e querer decorar

Foda é ver tanto ao redor
E quase nada faz meus zói brilhar
Num falo do brilho do holofote que te cega
Nem a do poste que ilumina a rua escura
Falo da que vem de dentro e transcende
Não a que causa tensão igual flex de viatura

Sei que cê me atura se o papo for futuros, planos, juras
A boca só se cala mermo quando o tira fura
E por falar na boca, quem falou que ela é tua?
Tantos querem ser reis sem nem saber das leis das ruas

E nela vários montam arapuca
Facilmente vestem a carapuça
Ficam no grude tipo carapaça
Livros de conteúdo fraco e a capa dura

E eu vou seguindo a margem da loucura

À margem da loucura mas com lucidez de sobra
Verme sai da bota
Cada um sabe o peso da cruz que carrega
E o preço pago por sair da rota

Hoje é legal arrotar bosta
Mas a rua não atura chacota (não, não)
Uns contam notas, outros lorotas, alguns os dois

É um filme sem claquete
Porém sempre tem quem corta

Eu vivo a margem da loucura
Mas com lucidez de sobra
Verme sai da bota
Cada um sabe o peso da cruz que carrega
E o preço pago por sair da rota