da amada desvairada de mim, aflita de mim quero tão somente desprezo do cão que ladra raiva de mim quero suas presas cravadas em minha carne do caminho tortuoso de tuas curvas quero apenas os espinhos da rosa pálida sedenta esquecida somente a labuta de uma lágrima o amargo da cruz as estacas da carne o pó quero do hipócrita o charme da meretriz o amor quero de todos os sons a melodia e de toda sombra o tato do céu as nuvens e o beijo da chuva dos abismos um eco do entender a conclusão quero de vênus a camisa dos escarros pontaria certeira dos escravos alforria dos canhões ferrugem de toda pólvora rojões festeiros quero de toda paz um pouco para mim e de todo beijo a saliva, a língua e o hálito uh, uh, uh, uh, de uma noite quente um corpo enlouquecido dos copos vazios o resto que há em todo vácuo quero do olhar tocar a alma deslumbrá-la, roçá-la, adentrar-me a ela sem permissão, nem promessas xangrilá! dá-me morada e no silêncio quero arrastar o meu chinelo batucar numa caixinha de fósforos a melodia dos ventos o canto dos cantos do quarto o canto dos cantos do quarto o canto dos cantos do quarto (fui) (eu) quero de uma voz a palava certa da palavra o conforto do conforto o deleite quero no sorriso uma criança e nas bestas um punhal peito adentro dies irae dies illa solvet saeclum in favilla teste david cum sibylla quantus tremor est futurus quando judex est venturus cuncta stricte discussurus (eu) quero querer poder querer sempre a pureza das coisas a pureza do saber a pureza do bem querer