Reza que a fábula do Auto Pela estrada e pelo asfalto Vai no ritmo do boi-bumbá Coloca o peito em sobressalto E no telégrafo me exalto Que notícia ruim tende a voar Mas coração, quando é direto Baixa em corpo um só decreto A que ele quer e vai considerar Olha a estrela-guia quando cai Quando a vontade fala alto A qualquer um, qualquer incauto A mãe-da-lua pia, sem parar Que esse urutau é feito um arauto Um fedazunha de contralto E de outro mundo veio, pra enfeitiçar Um coração que, analfabeto Fala é a língua, e fala é o dialeto A que ele quer se incorporar Ó, que estória sobrenatural Foi, na batida do boi Foi boicote? Foi não! Foi comboio do cão Ou de noite uma assombração Foi milagre e ressurreição Quando o boi peneirando Balança, moleja e batuca o tambor Toca no aro e bate o couro Com a baqueta, e é aquele estouro Que retumba e invoca o boitatá Sai pelas venta desse touro O fogo-fátuo de um tesouro Que tesão no mundo alcançará E feito o arroio de luzolo O coração roda monjolo E escarafuncha o peito até furar Eita, o amor é coisa que destrói Foi, na batida do boi Foi boicote? Foi não! Foi comboio do cão Ou de noite uma assombração Foi milagre e ressurreição Quando o boi peneirando Balança, moleja e batuca o tambor Bumba-meu-boi Êh, boi-bumbá Zabumba, êh, zumbi Boi-estrela-mar Boi-de-mourão Êh, boi do Piauí Bumba, meu boi Êh, boi-bumbá Calemba, êh, mamão Foi cazumbá Foi cazumbi Êh, boi do Maranhão Reza que a fábula do Auto Pela estrada e pelo asfalto Vai no ritmo do boi-bumbá Coloca o peito em sobressalto E no telégrafo me exalto Que notícia ruim tende a voar Mas coração, quando é direto Baixa em corpo um só decreto A que ele quer e vai considerar Vem Me ver Pois, quem Viver verá