Eu tomo um gole de acido Tenho a fula de asas Ainda ando descalço Apesar das ruinas das casas Milhões de carros Atropelam minha alma Não tenho calmo Neste inferno cheio de predios Porcos e urubus Lotam os elevadores A cidade arregala os dentes E cospe em nossos amores Chove merda Nos corações dos pedestres E a policia toca fogo Nos bilhetes das passagens extraterrestres As pernas saem do chão E pisam no teto De concreto sobre o mangue E sua monocultura de torres Estou cego e vejo As faíscas e lampejos Das caronas com os discos voadores