Num casebre triste de uma rua escura Brilha a luz vermelha constantemente E neste recanto vive uma mulher Que outrora foi a flor deste ambiente Esta criatura que ali padece Aos poucos envelhece sem ter mais amparo Nos anos passados teve um rico posto Só por ter no rosto um encanto raro Ela possuiu tudo quanto quis Foi muito feliz, teve um doce lar Mas com o orgulho de graciosa dama Os degraus da fama chegou conquistar E nas madrugadas entre os boêmios Tinha como prêmio sempre um novo amor E sem perceber que o presente passava A ela restava uma grande dor Hoje abandonada pelos companheiros Só o desespero vem lhe abraçar Chora ao ver as rugas cobrir o seu rosto Sente um tal desgosto por não ter um lar E neste casebre vai morrendo aos poucos Nem sequer um louco a quer por esposa E a luz vermelha brilhando na porta Mostrando a derrota de uma mariposa