Ahhhhh Ruas sem saída Ruas tão imundas Garotos no esgoto, drogas na calçada Polícia pelos bares, noite escancarada Muito brilho ilumina olhos grandes e as mentes Os carros correm todos juntos como uma quadrilha Uma organizada e grande quadrilha Muralha invisível divide o mundo em dois O lixo para o povo e o luxo para os reis E o povo da corte cantando pra vocês Garotos pedem grana, não sentem mais o trio Livres e sem culpa eles fazem suas leis Rolando pelo chão a lei do mundo cão Histórias cabeludas por entre os cristais Ou obras de artes ou bebidas importadas Ou sobre os tapetes persas no chão Os nobres também fazem as leis do mundo cão. Como astros do cinema Alguns precisam ser Vida rápida e excitante escolheram viver Ninguém quer ser normal o que importa é a coluna social O roubo em alta escala apavora nosso mundo Eu e meus cigarros, almas gêmeas, vagabundos Eu quero ajudar mas não posso ir assim tão fundo A insatisfação pra qualquer um é geral Vejo todos lamentando, se suicidando Aos poucos Porque nessa multidão tá todo mundo sozinho Vamo ver quem é que ganha essa corrida do ouro Todos pensando igual e ninguém olha prá trás Quem me dera pegar um táxi e correr também Mulheres tão perfeitas Mas não exatamente mulheres Exibem belos corpos construídos ao seu gosto Me fazem um olhar convidativo e eu me sumo na penumbra. Almas alucinadas com toda sede que existe Pra fugir dessa rotina do nosso dia a dia Dia após dia Rotina após rotina.