Quem dera se eu fosse Um castelo de areia Desmanchando pouco a pouco Com as ondas da maré cheia Mas sou rocha e não cedo Aos encantos da sereia Firme enfrento frio e medo Que o mar bravo chicoteia Quem sabe em pedacinhos Sirva um dia a quem anseia Construir com as próprias mãos Um castelo de areia De noite as ondas me surram De dia o Sol me incendeia Eu queria ser afagada Como o mar as curvas da praia folheia Aos meus pés me disse uma ostra Quem com seu sofrer presenteia A pérola nasce da dor De incontáveis abraços num grão de areia Mas aqui presa no rochedo Enfrento sem medo função que assoreia Ao menos suporto em mim Esse farol que a luz o capitão norteia Mas quem dera