Resolvi mudar de vida, tomei uma decisão Não quero mais a cidade, eu vou viver no sertão Vou morar numa palhoça, na beira do ribeirão No meio da natureza, sem nenhuma poluição Esse é um velho sonho meu, cidade grande, adeus Chega de agitação Minha conta lá no banco, mandei o gerente fechar Não quero mais talão de cheques, não vou ter pra quem soltar Desativei a Internet, no rio, eu vou navegar Celular, deixe que cortem, eu já não vou mais pagar Água vou ter à vontade, dispenso a eletricidade O lampião vai iluminar Viver na cidade grande, já não tá mais dando certo A gente nã tem sossego, só vê problemas por perto Poluição, assalto e morte, nosso futuro é incerto Essa vida conturbada, lá no mato, eu acerto Minha casa sem tramela, lá de baixo da janela Meu cachorro, fica esperto A caboclinha vai junto, pois sem ela, não dá pé É a minha cara metade, um exemplo de muié Deixa a casa arrumadinha, faz comida, faz café Vai ser a minha alegria no meu rancho de sapé De noite, se eu tô cansado, ela fica do meu lado Me fazendo cafuné Vai ser uma maravilha morar no meio do mato Sem a tal televisão, não vejo assassinato Para mim, pouco importa viver no anonimato Se o tédio aparecer, eu vou pescar no regato Me cansei de ser moderno e nunca mais usar terno Vai ser o maior barato.