Jullyana Fresan

Borderline

Jullyana Fresan


Ferida aberta estala, te ver stala
Depois de você, acho que me tornei inacessível
Tocam minha boca mas não tocam minha alma
Nasci na borda da linha, eu tô calada, eu tô sozinha

Me chamou de flor
Sou mesmo a flor da pele
Gostosa, paranoica, viciada no seu cheiro
Eu não escolho, eu explodo
Te turrei o ano inteiro
Perturbada, alucinada e sem sua compreensão

Não te culpo, nem me culpo, de verdade
Ninguém sabe domar um coração selvagem
Tudo que eu quero, é só meu, você nunca entendeu
Passos do passado sussurrando na janela do meu quarto

Eu sei que ninguém é obrigado, é fora do normal
Mas ando com os que tem certa inclinação pelo amor incondicional
Pelos meus eu viveria, pelos meus tudo faria
Eu tenho conhecido tanta gente otária, eu tenho conhecido tanta gente boa

Me perguntam porque eu colei tanto com você
Você me fez sentir mulher, amada e eu me sentia viva
E os mesmos que questionam me descartariam só pela minha aparência
Hipocrisia, tá incomodado, conheça a estrada e assume a causa

E quando todo mundo vira as costas e vai embora
Fica aqui só eu e o dom que Deus me deu
A arte é a minha melhor amiga, a arte é como Deus me abraça
Eu fiz de nós arte mesclada, pintura em marfim consagrada