A chuva não chove ao acaso Derrama sublime suas gotas no chão E sonhos de vida diva Floresce vertentes no meu coração A água que chega na chuva Adentra na terra e afasta o estio A água que mata minha sede Afoga saudade nas curvas do rio Não sou mais que as águas da chuva Não sou mais que o rio com seus aguapés Eu sou todo o amor das correntes Que vem mansamente beijar os teus pés Futuro se escreve no agora E a nuvem que chora me faz renascer Eu quero futuro sem hora Sou feito as aguadas tentando viver (A vida é amor que se lavra) (Meus sonhos não são rimas vãs) (Pois toda paixão destas águas) (Inunda em teu ventre o nosso amanhã)