Nasci quando nasceu a vida Meu rumo eu mesmo tracei Pra frente, sempre andei Tranquilo como um ginete Eu vi nascer o Alegrete Lhe ajudei a levantar Por que agora eles querem Aos poucos me derrubar? Sou um rio de muitos poetas Que cresceu sem ter ninguém Hoje eu preciso de alguém Que me ajude a caminhar Dou água, não sei cobrar Faço brotar a semente Lembrem que eu estou vivo Não só quando estou de enchente Sou remanso, correnteza Tenho o peixe e o amarilho Me adota como teu filho Me olha com o coração Preciso seguir andando Levando a vida comigo Não mereço esse castigo Carregando a poluição Um homem por mais homem Vendo a morte se apavora Não quero ir-me embora Morrendo a cada manhã Estou triste e solitário Como grito do Tarrã Escutem este lamento Eu sou o Ibirapuitã