Júlio Nobre

Vida Labirinto

Júlio Nobre


E se agora eu fosse festa
E das frestas visse o Sol
Ofuscando tudo aquilo
Que quisera esquecer
Me deixando maltrapilho
A espera de você?

E se agora eu fosse a Lua
Iluminando o céu
Movimento e textura
Com o brilho do olhar
Desenhando uma figura
Sem jamais a revelar?

Nessa vida labirinto
Vou sentindo o que falo
E cantando o que sinto

E se agora eu fosse a chuva
Que lavasse o que vivi
Indigesto e persistente
Para no seu corpo encontrar
Na sutileza de um brandy
O espírito do ar?

Nessa vida labirinto
Vou sentindo o que falo
E cantando o que sinto

E se agora eu fosse apenas
O comum andar da vida
Tropeçando na esquina
Se tentando linear
Ignorando uma sina
Para, de pé, continuar?

Nessa vida labirinto
Vou sentindo o que falo
E cantando o que sinto