Sinto que uma coisa me interessa Tinto e etílico sem pressa Vejo pela fresta Daquela janela A franja na testa Da mais bela Querido amigo quem é essa? Existe beleza que se meça? Caminha a magrela Com a franja na testa Diga se é perigo Quem é ela? Antes que a vida seja tarde Ande pelo mundo, então cresça Cresça a metade De todo planeta Faça que o mundo lhe mereça Fale aquela música insana E que a menina não lhe esqueça Grite à vontade Não desapareça Faça que a vida lhe obedeça Vejo o destino que me cerca Traçando o papel da minha peça E o que me resta Olhando pela cela? É ficar tão besta Com a aquarela A manhã tão cedo me atravessa Sinto um grande medo da conversa Seu olhar me testa Deixando sequelas Com a franja na testa A mais bela Querido amigo me perdoa Tinha decidido pela proa Veio um vento forte Como ele destoa É que eu tenho tido medo à toa Querido amigo, não demora Se existe perigo Diga agora! Olhe o rastilho Deixado pela pólvora Dedo no gatilho me apavora Olhe na janela E veja a hora Ela que decide quando estoura Não perca o palpite O que faço agora? Cheguei ao limite Vamos embora Querido amigo, a senhora Ouça o que eu lhe digo É dengosa Deixe que eu decido Não me cale agora Desce o tecido, vamos embora Querido amigo me perdoa Bem na minha frente Uma garoa E passa de repente Um tempo que ressoa Pois, na minha mente O tempo voa É claro que o tempo passaria É claro que o tempo sempre passa O tempo da poesia O tempo da desgraça O tempo passaria até de graça É claro que você não entenderia É claro que você não entende nada Não entende a poesia Não entende a cachaça Não entende que, na vida, o tempo passa Não entende a poesia Não entende a cachaça Não entende que, na vida, o tempo passa Não entende que, na vida, o tempo passa