Entre as pernas Entre as teias Entro em portas e janelas Que, às vezes, eu confundo as veias Meus pulmões e coração dela Por onde quer que passeio A sua imagem, eu tenho Vejo rosto, vejo seio Com todo o meu empenho O seu olhar evito Tramito com desempenho Paro, rezo e reflito Mas lá está seu desenho No espelho da memória Pedindo para ser lembrado Como um livro de história Inacabado Entre as pernas Entre as teias Entro em portas e janelas Que, às vezes, eu confundo as veias Meus pulmões e coração dela Eu sinto não ter esteio Nem lembro de onde venho Acho, em você, um meio Para ampliar o engenho No mundo, levito Do sofrimento me abstenho Paro, rezo, reflito E sinto que eu não tenho Uma livre trajetória Sabendo do meu estado Com minha triste oratória Desesperado