Está nos seus olhos e na folhagem no teu corpo No rio de plantas secas que lhe cobre Era outono quando me fez perceber Aquele belo quadro em uma moldura velha Que continua vazio Que continua sozinho E é na tua boca calada Sempre bem desenhada e repleta de cor Que encontro você Escondida nas pequenas coisas Escondida em um longo impasse Como naquele sonho em que você desejava voar Aquele mesmo sonho que me impedia de ter asas Mergulhada em uma caixa de papel Abraçada em uma paleta cheia de tintas Você sempre foi bem mais que aqueles rabiscos Com olhos de tristeza e sorrisos de alegria