Júlio Ferraz

Beatriz

Júlio Ferraz


Era meia noite quando surgiu a tempestade
A energia acabou
E a agonia se espalhava pelo quarto

Foi por desapego à solidão
Que Beatriz se trancou no seu armário de histórias
E abraçou cada um dos seus amigos imaginários
E mergulhou em cada um dos personagens que criou

Já era de manhã, o sol entrava pela brecha da sua porta
Mas ela não queria sair
Continuava a se envolver com os seus amigos

Beatriz já não queria mais se envolver com a humanidade
Ela não queria mais viver naquele ninho de espinhos
E preferiu continuar com o mundo que criou