Nos primordios rio grandenses Já como exportação O couro de nossos bixos Davam trabalhos pras mãos Na base do couro cru Surgem pertences campeiros Razões pra lida gaucha Forjada pelo guasqueiro. Minguante é a lua certa Pra courear um animal O couro da lua nova Resseca e quebra o carnal Se a flor do couro ta verde Ele é posto pra oriar Mais dois dias em baixo d'agua E ta pronto pra estaquiar No detalhado das cordas Fica estampado o capricho De algum mulato vaqueano Que é guasqueiro por ofício Sovando couro empedrado Verdadeiro couro crú Que não são solas cortidas Pra deixa de apé um xirú Em nosso meio rural Pra preparar um apero A um ritual a ser seguido Por esses homens campeiros Com suas mãos envidraçadas No pampa sul brasileiro São estes os nossos guascas Que se apresentão guasqueiros Limpa o sangue e alguma carne Que restaram com a gordura Se deixa bem estirado Pra emparelhar a espesura "Despus" de oreado "el cuero" E a macete bem sovado Da zona da barrigueira Saem tentos bem delgados Desquinando os tentos crus Pra ficar bem ajustado Se acaso a trança for chata Desdobra os quatro costados Apertando o pé do tento Com a ajuda do cravador Levanta ramo por ramo Tá firmado o corredor Que não são solas cortidas Pra deixa de apé um xirú Levanta ramo por ramo Tá firmado o corredor