Meus olhos campeiam longe buscando o campo nativo E as flores que já não tenho no pedestal dos trevais Nem cavalos rebolcando por detrás da velha quinta Nem boiada pelechando na graxa dos pastiçais Meus olhos buscam o verde do aroma de algum poejo O Sol de uma maçanilha luzindo beira de estrada A nuvem branca de ovelhas estaqueando seu pelego Entre garças estendidas no lençol de uma canhada Meus olhos já não espelham o mesmo verde de antes O mato encobriu a vista e o campeiro alçou a perna Toda a poesia do campo ficará só no papel Pouco há o que fazer quando a plata é o que governa Meus olhos já não entendem, vendo o campo pelechado Invés de gado na carga, madeira no boiadeiro O que será dos caminhos sem o mugido do gado? Pois ninguém reponta lenha no ofício de tropeiro Meus olhos tem nostalgias pelas lágrimas que escapam Numa oração de campeiro cá das cruzes de um gateado Se o campo se vai De Muda, pelechando flor em mato Seremos novo retrato, nos fundões do nosso estado