Se eu fosse um dia Um cientista inteligente Generoso e competente Pra fazer o que sonhou E se na máquina Do tempo eu entrasse E acaso eu voltasse Ao bom tempo que passou Queria ver Outra vez nossa casinha E mamãe lá na cozinha Sobre a taipa do fogão Acender fogo E as mãos ficar pretinhas De lavar as panelinhas Revestidas de carvão E eu queria Ver a luz da lamparina Que nunca mais ilumina Para mim saborear Os alimentos Feitos no fogão de lenha Hoje duvido quem tenha Outro igual para mostrar Se assim fosse Eu iria novamente Ver meu pai pessoalmente Do trabalho regressar Trazendo sempre Um brinquedo improvisado E sempre um caso encantado Me chamando pra contar As aventuras De Maria e Joãozinho Nós sentados no banquinho E depois uma canção Num cavaquinho O meu pai executando Com carinho me ensinando A primeira posição Eu gostaria De voltar antigamente Ver meu pai nitidamente Pelo tempo em regressão E ver de novo O mesmo rádio potente Para ouvir novamente Os batutas do sertão Se eu pudesse Ver o tempo repetindo E voltar a ser menino Com os amigos que brinquei E o joguinho De botões eu repetia Mas depois colocaria Nas roupas que retirei No par ou ímpar Lá na beira da biquinha Devolver as figurinhas Que tirei de algum lugar E tentaria Para ver se me perdoava A menina que me amava E que tanto vi chorar Infelizmente Tudo isto é fantasia Desde quando alguém dizia Sobre a desintegração Se existisse Qualquer preço eu pagaria Todo mundo eu levaria Para outra dimensão