Não conheço a tua voz, e confesso, até prefiro Nem também sei o teu cheiro, teu olhar me traz de tiro Pois sou dono do meus sonhos e assim eu sobrevivo Juntei flores nas canhadas, andei légua em pensamento Num costado junto ao rancho que plantei amor perfeito Se mistura, e quer vingar, sempre algum yuyito seco Pala ao vento, pé no estribo, lá vou eu Vivendo aquilo que, de fato, não é meu O sonho lindo que te acorda as madrugadas E a estrela dalva, tu nem sabe Mas sou eu Taloneei um sonho mouro, me parei junto ao teu rancho Ressojava sobre a palha, uma Lua, bem ao canto Disse a ela que te cuide, que te envolva com seu manto Não conheço o teu cheiro, e confesso, até prefiro Mas sou quincha do teu rancho, sou teu poncho, teu abrigo De uma chuva mansa e suave, no teu rosto sou respingos Pala ao vento, pé no estribo, lá vou eu Vivendo aquilo, que de fato, não é meu O negro escuro de estreladas madrugadas Tua trança atada, tu nem sabe Mas sou eu