Pampa e flor, olhos de terra Querência que quero bem Escuto o sopro do vento Pra ver o lado que vêm... Um rancho de frente leste Sombra de angico e de ipê Imagens de encher os olhos Que a gente olha, e nem vê... Pampa e flor, te espero um dia Pra um mate bom com poejo Pras madrugadas do campo Acordarem o meu desejo. Um jujo da mesma várzea Onde o sol deita o verão E as garças medem o açude Um palmo e tanto até o chão. (Pampa e flor, me acena o pala Que deixei ainda outro dia Perfume de lã e campo Milonga, canto e poesia. Um assobio se faz copla No doce das laranjeiras E uma calhandra faz ninho Na alma desta fronteira...) Pampa e flor, tranco sereno De um baio num campo aberto Num rumo de ir pra sempre Que faz o longe ser perto... Por isso guardo em silêncio Muito que sei e conheço Por que sei que além da estrada A vida tem outro preço. Pampa e flor, olhos de terra Querência que quero bem Todo mundo busca um sonho Mas poucos sabem que tem... Sou planura, sombra e vento Horizonte de sol pôr... Por muito mais sou querência Pois sou assim, pampa e flor... (Pampa e flor, me acena o pala Que deixei ainda outro dia Perfume de lã e campo Milonga, canto e poesia. Um assobio se faz copla No doce das laranjeiras E uma calhandra faz ninho Na alma desta fronteira...)