Há um mistério guardado neste ritual sensitivo Quando a bota encontra o estribo e o flete procura a volta Parece que a alma se solta pelo instante d'um silvido Que busca o olhar ativo dos ovelheiros da escolta E é nessa hora que o campo se deixa ver com clareza Expressando sua beleza, sua verdade e nostalgia Depois que a barra do dia se mostra plena aos campeiros Que escutam o clarim guerreiro d'um quero-quero em vigília Mais belo se mostra o mundo aos olhos deste ritual Legado de um ancestral que, na história, permanece Pois quem tem alma conhece o verdadeiro motivo Quando a bota encontra o estrivo e o campo, em vida, floresce Talvez, bem mais que um mistério, que uma crença ou religião Seja a própria comunhão de alma, campo e saudade Ou bem mais que a identidade de quem herdou por regalo O nobre altar de um cavalo pra compreender suas verdades As mesmas que habitam o canto do quero-quero guerreiro E o ativo olhar do Ovelheiro que segue a sombra do flete Imagem que se repete na face do amanhecer Pra aqueles que sabem ver mais que a retina reflete Mais belo se mostra o mundo aos olhos deste ritual Legado de um ancestral que, na história, permanece Pois quem tem alma conhece o verdadeiro motivo Quando a bota encontra o estrivo e o campo, em vida, floresce Quando a bota encontra o estrivo e o campo, em vida, floresce Quando a bota encontra o estribo