Mar de Almirante, céu de Brigadeiro, Meu zelo, minha luz, Dia ainda cedo, mês de fevereiro, E a luminosidade que a tudo seduz. Andar de brasileira, ritmo de preto, Meu gueto, meu país. Os dias do calendário, E as nossas roupas no armário, Não sabem dos verões Que ainda estão por vir. Mas o tempo não pára, E ainda dispara, Quando a gente menos espera. Não há quem segure, As lembranças e a idade, O trem da saudade é veloz. A vida leva e traz, A gente passa e faz assim, Levando a vida com quem gosta de ir. O amor é novo e velho, E agora sei o seu mistério, É que o trem do desejo é eterno.