A noite veio bater na quincha Nesse momento não estava mais solito Tinha um mate e um violão por parceiros E acordado, tinha o sonho mais bonito Tive ganas de gritar pra o breu da noite Que seu açoite não me torna mais insone Eu sou tapera que floresce no escuro Porque o mais puro sentimento me consome O que era escuro se tornou alvo e claro E as estrelas que a janela retrata Junto da lua trouxeram num gesto raro O véu da noite e suas nuanças de prata Senti que a lua entrou no rancho E meu candeeiro já não se fez mais preciso A solidão que outrora me rondava Foi se esvaindo a lo largo num sorriso Meu violão rompeu a noite e trouxe o dia E a calmaria amanheceu pelo campo E a lua terna terminando seu afã Trouxe a manhã toda plena de acalantos