Quarta-feira à tarde Mês de janeiro O sinal fechado A rua, o sol escorre Contas a pagar O talão dobrado, pouco dinheiro Não precisa alarde um dia a gente morre Deixa de esperar Vê se faz a coisa andar Na fila tanta gente em dose única Espero parado, e volta e meia olho pro lado Quem espera ao meu lado Também vê que tô parado Cada um na fila Se olhando torto O guarda gordo Um com nariz de palhaço É quem espera Atrás do passatempo lento O tic tac da cidade Ouço vários tipos de sons Espero parado, e volta e meia olho pro lado Quem espera ao meu lado Também vê que tô parado Outrar-se agora! Vejo como o povo A multidão multiplicada Ad infinitum! Sentir lá fora Onde outro pensa E sem pedir licença é possível interferir