Sentado à mesa de um lugar qualquer Bebendo solidão no amargo do café Cercado por muitos, mas ainda só Eu hoje entendo o que ele quis dizer Quando me falou sobre como é ser Um náufrago à deriva num mar de gente Como uma porta aberta Da qual ninguém vai passar Muralhas erguidas Ao redor do jardim Minha alma nem se dá O trabalho de gritar Não faz sentido algum Vago por entre as multidões Como um barco a flutuar Sem destino algum Passos curtos, pra não esbarrar Na onda humana que teima em passar E se quebra nos rochedos do meu caminho Cantando baixo sem saber pra quem O olhar perdido no olhar de alguém Um náufrago à deriva num mar de gente Entre eu e vós o abismo Quem atravessará? Sinais de perigo (perigo!) Ao redor do jardim Minha alma nem se dá O trabalho de gritar Não faz sentido algum Vago por entre as multidões Como um barco a flutuar Sem destino algum Minha alma nem se dá O trabalho de gritar Não faz sentido algum Vago por entre as multidões Como um barco a flutuar Sem destino algum