Somos fantoches de falsa ideologia Massa de manobra para a burguesia Pobre matando pobre, se vê todo dia Beberam todo o vinho e só deixaram a sangria Quando a liberdade vai vir para ficar? Das minhas mãos só a vejo escapar Mãos juntas para rezar ou unidas por algemas? Enquanto não é com você, cada um com seus problemas (Veremos no decorrer da próxima cena) Homem é feito de refém dentro da sua própria casa Moça sai pra estudar, em seguida é estuprada Na fila dos aposentados uma idosa é assaltada Laboratório vende jornal com notícias manipuladas Abra sua mente, arrebente as correntes Saia da estatística de mais um sobrevivente Salve todos os Santos, que morrem lutando Como fez São Jorge contra o Império Romano Liberdade de escolher no que crê, no que vê Por si escolher é crer em você É boca que grita, que eles não calam Escravo que digam, o que eles não falam O medo dos reis são as mãos que embaralham Erguem muros se sentem inseguros Tampam os ouvidos pro nosso barulho Com ideia e plano governamental pegam as flores do seu quintal Constroem um grande jardim suspenso Disfarça o odor de enxofre com incenso Expandidos seus domínios, vivem dentro de condomínios Mas quem aguenta viver do lado de cá? Sabendo que a paz nunca virá Ouvindo estouros, estampidos na linha de tiro Entre o polícia e o bandido Condomínios fechados, no mundo aberto É a insegurança em alta reflexo Derrubam barracos constroem mansão É o asfalto subindo: Que contradição! São falsas as falas dos ternos e gravatas Sua família no poder é perpetuada Papagaios faladores na terra do faz de conta Onde o certo e o errado se esbarram, e se encontram Dizem que todo poder emana do povo Mas o Estado come a carne e só te da o osso Tão raro é o pobre ter salário que sobre Operário trabalha até a morte E faz faculdade da sorte Correria nas calçadas Andando de mãos dadas A vida e a morte um dia se entrelaçam e sobem as escadas Olhos desatentos, não vêem o que esta acontecendo Nesse apartamento chamado mundo violento