Me chamam de gildo e não sou diferente Não tenho talento mas tenho grossura Poeta eu sou e tenho vocação Apenas me falta talento e cultura Me chamam de gildo me sinto honrado Eu já não aceito essa comparação Um grande poeta já fui consagrado Por outro poeta do pago e patrão O gildo se foi mas até nem parece Porque aqui estou imitando a grossura Do gildo de freitas que todos conhecem Espalhando no pago, talento e cultura Na sola da bota eu fui falquejado Dançando com a prenda num baile de rancho Mostrei que sou grosso e não ando armado Estando sozinho eu fico é mais manso O gildo de freitas mostrou seu talento Não tinha vergonha da sua grossura Suas marcas estavam perdidas no tempo De volta pro pago eu semeio a cultura Não pense que agora aqui é diferente Sou xucro temido e não tenho capricho Dos tempos passados com o gildo presente Armava uma briga e estourava o boxincho O gildo de todos temido e valente Andando na estância ensinando a pionada No meu ctg ele esteve presente Tocando um baile até o relente O gildo de freitas tinha seus caprichos Bebia na guampa e passava pra diante Depois da rodada ele armava o boxincho Montava o cavalo e sumia no horizonte