Cada um com suas crenças Não me importo mais com nada Eu sou de linha gonzaga E não saí por desavença Meu legado é uma sentença Não sou bugre ou missioneiro Já lacei algum terneiro Dei um pialo pelas guampas Fui costeando as barrancas De certória a faria lemos São oito cernes de angico Falquejados na minguante Com ferro, aço e brilhante Nosso tesouro mais rico Há ter séculos de pico Que os centauros nos legaram Memórias que não gastaram Nos entreveros da infância E olfateando nas estancias Algumas que se estraviaram Os oito são altaneiros Unidos no mesmo abraço São tentos do mesmo laço Brasas dos mesmos braseiros Xispas dos mesmos luzeiros Que onde um vai O outro vai Nenhum pezar até aqui Nem desencanto nem mágoa Os oito beberam água Nos remansos do rio caí Os tres primeiros Norma, zavelino e renato Nascidos lá no fundão Num dia de serração Como ximangos e maragatos Mais fortes que ferro e aço Do mais crioulo recurso Mais agarrados que um urso Pegando no cabo da enxada Tropeando uma vida braba Até o fim do percurso Outros dois Roberto e adair Quinto e sexto dos herdeiros Que benzeram em terneiro Com leite de algum quati Tropeande desde guris Nunca caem em arapuca Mais brabos do que mutuca Vem do berço de espinhos E se perderam pelo caminho Num jogo de mora e cambuca Outros dois Marimilda e egidio Os últimos de uma ninhada Nasceram na beira da estrada Embaixo de um camboatá Fortes quenem tamanduá Das barrancas da encrusilhada Também são quebras, numa cruzada Com massaroca na clina Nadaram o rio caí acima Pararam em linha gonzaga Outro Outro apenas payador Misto gente com maltez É o que se chama juarez Da linha gonzaga em flor Cantando coplas de amor Sem se importar com os espinhos De tanto trançar carinhos Foi se enredando nas tranças E hoje tropeia lembranças Que juntou pelos caminhos