Bigorna farrapa, que veio dos pampas Domada no ferro, xinxada nas ancas Montada num cepo, jogada num canto Amiga eu garanto, tu não fica mais Te levo pra casa, te domo de novo Escrava do fogo tu vai trabalhar Estavas perdida no meio dos pampas Perdestes o som da mareta no lombo Abrindo picada na serra gaúcha Com rima tu pucha a mareta de novo Os tempos de lida, ficaram pra traz Na forja um ferro tempera no fogo Sorvendo o calor e a mareta pesada O aço forjando te esquenta no lombo Fizestes agora oitenta janeiros Casada com a forja tu fostes um dia No tempo esquecida e deixada de lado Esquece o passado e volta pra lida Por falta de sino em capela de estancia Tocastes um dia o som de velório Que a estancia perdeu seu ferreiro valente Que carregas na mente teu velho patrão O fole bombeia na brasa da forja Fisestes do aço, as lanças e adagas Pra guerra farrapa no pago gaúcho Aguenta o repucho pra outra jornada