A escuridão dessa noite O frio dessa madrugada Me faz lembrar do que eu não quero Aqueles corpos na calçada Os gritos de quem implorava E mesmo assim no fim eu nego Ainda tenho sangue inocente em minhas mãos Batidas de um turbilhão de corações que eu parti De sonhos que eu destruí Levar meu irmão a ilusão de que eu sempre fui vilão E ter que ver ele partir E ter que mandá-lo fugir Me fez ver que no fim Se eu pusesse na balança A morte ou a falsa vingança Não valeu E se eu tivesse explicado tudo Ainda havia esperança Mas não deu E o que mais me dói É ter que me prender e não soltar a voz E fazê-lo entender que o amo E mesmo que pareça que não doeu Foi tudo por nós Me lembro dos meus pais sorrindo De como tudo era lindo Daria tudo só pra voltar Ao tempo que era menino Não me sentia um assassino É impossível me perdoar E a cada noite eu vejo cada rosto, cada olhar Como ouso assassinar Quem mais acreditou em mim Por que teve que ser assim? Do que adiantou? O que mudou? Se a morte mesmo assim chegou Pra quem tava perto de mim e todo peso sobre mim me fez ver Que no fim Se eu pusesse na balança A morte ou a falsa vingança Não valeu Se eu tivesse explicado tudo Ainda havia esperança Mas não deu E o que mais me dói É ter que me prender e não soltar a voz E fazê-lo entender que o amo E mesmo que pareça que não doeu Saiba que o que mais me dói É ter que me prender e não soltar minha voz E fazê-lo entender que o amo E mesmo que pareça que não doeu Foi tudo por nós