Se eu te disser que ainda lembro Da primeira vez que eu te vi passar Naquele instante em que meu mundo iria parar de girar? Se eu te disser que depois de tanto tempo ele insiste em não girar, você iria acreditar? Pinto as paredes, troco os lençóis Eu perfumo o guardarroupa que um dia dividimos pra nós Se ter memória é não ter paz (eu sei) O que é ter saudades do que já morreu? (é o fim) Pesadelo que insiste em me seguir por todas as ruas dessa cansada existência Cruzar as ruas que passei sorrindo, hoje com medo de te encontrar Eu passei em frente à sua casa e pensei em tocar aquela velha campainha Só pra ver na sua face que a sua vida seguiu, enquanto a minha ruiu Dor - como ousa glamourizar o torpor de carregar o peso do mundo? Hoje eu sou a triste linha entre o ruim e o pior Eu tentei - por todas as vias - fracassei! E hoje encaro o espelho e, com dó, aceito e disfarço o meu fim