Eu acordei e vi Meu bairro tomado Por uma pá de sobrado Só não sobrou pra mim A maioria dois andar Um rico dentro Saí de canto pro centro Lá vou eu pro aluguel, é cruel Não me perguntaram o que era pra fazer A malandragem se espreme mas num deixa de ser Quem sobrou na HP Tiago, Manuca, cadê Com Marquinhos, Luciano, a fogueira não queima mais Como em anos atrás Em que conversas duravam Até o dia raiar Agora faz ecoar, faz ecoar O bairro é nosso, caralho Mas não vai sobrar nada Ficaram muros pixados E na memória cravada No peito de quem sobrar Pra contar a história Da ilustre escória Que fez o asfalto pulsar, que fez o asfalto pulsar Hoje em dia você pode morar lá E sei que tem vontade de ser Eu ia pra praia a pé Ou de magrela tomada Tomara que a molecada Entenda o que fiz E respeite a raiz E não enterre em lama A vontade insana De defender teu nome .....Marapé Minha casa agora é longe Mas o coração não esconde A vontade de voltar Pra tua união verde-rosa, tua prosa no bar Que faz a madeira cantar