Chove um absurdo em cada pingo d´agua Chove um estilhaço em cada gota amarga Chove sobre o crânio Chove sobre a cor azul do mar Move-se uma pedra, um inseto, um céu Move-se uma planta, uma idéia, um véu Algo se quebrou, não sei mais o que se quebrará Faço uma oração aos deuses momentâneos Perdi a noção de quando e onde estamos Algo se perdeu e os achados não são meus Pra quem quer voar as pétalas e as plumas são de chumbo E eu não vejo nada, nada no horizonte do possível Talvez ali no impossível Não precise dizer adeus Não precise dizer adeus