Doente de amor procurei remédio na vida noturna Como a flor da noite em uma boate aqui na zona sul A dor do amor é com outro amor que a gente cura Vim curar a dor deste mal de amor na boate azul E quando a noite vai se agonizando no clarão da aurora Os integrantes da vida noturna se foram dormir E a dama da noite que estava comigo também foi embora Fecharam-se as portas sozinho de novo tive que sair Sair de que jeito, se nem sei o rumo para onde vou Muito vagamente me lembro que estou Em uma boate aqui na zona sul Eu bebi demais e não consigo me lembrar se quer Qual era o nome daquela mulher A flor da noite da boate azul A casa noturna se mantém à noite em clima de festa De longe se ouve vários instrumentos de cordas e metais Boêmios bebendo, cantando e dançando ao som da orquestra Um som estridente que lhe deu o nome de som de cristal A casa noturna boate falada, lugar de má fama Com as portas abertas durante a noite entra quem quiser Porém nesta noite, sem que eu esperasse, entrou uma dama Fiquei abismado porque se tratava da minha mulher Ela se cansou de dormir sozinha esperando por mim E nesta noite resolveu dar fim a sua longa e maldita espera Ela não quis mais levar a vida de mulher honrada Se na verdade não adiantou nada ser mulher direita conforme ela era Ela decidiu abandonar o papel de esposa Para viver entre as mariposas que fazem ponto naquele local A minha vida muito mais errante agora continua Transformei a esposa em mulher da rua A mais nova dama do som de cristal Eu recordo ainda não faz muito tempo Que cego de amor ouvi dos lábios teus Leva-me contigo que serei honesta Te respeitarei eu juro por Deus Suas amiguinhas morrendo de inveja Ao vê-la sair daquele lugar Ainda diziam que Deus te acompanhe De mulher vulgar vai virar madame Faça o impossível para não voltar O caminho honrado é cheio de espinho Todo meu esforço foi tempo perdido Pau que nasce torto sempre morre torto E você não soube ter um só marido Quem já conheceu a casa dos prazeres Não consegue mesmo ser uma senhora Volte novamente para seu lugar Onde muitos homens vão para comprar A felicidade por algumas horas E quando chegar a velha morada Pra se desculpar diga que eu não presto Pouco me importa se você mentir Eu sei muito bem o quanto sou honesto Por isso lhe mostro a porta da rua Esqueça que este lar lhe pertenceu Mesmo lhe amando me sinto obrigado Vê-la voltando ao mundo do pecado Pra vender o corpo onde sempre vendeu