Moro em uma casinha de sapê De barro batido a mão Aqui no sertão, tem que plantar e colher Para comer a massa do pão O sonho do menino em ser doutor A deficiência no ensino, fez o sonho do menino paralisar Hoje crescido o seu sonho perdido, no passado ficou A pobreza mata qualquer sonho e proíbe alguém de sonhar Eu nasci e me criei, nas terras do sertão Com sol e chuva trabalhei e derramei suor no cabo do enxadão Tenho muitos calos secos, na palma das minhas mãos Os meus pés estão rachados, por causa da poeira quente do sertão O homem do sertão é castigado e sofredor Cresce com os pés no chão, não toma remédio e nem conhece doutor Quando a chuva cai no chão, deixa o serrado verde coberto de flor Só a chuva para alegrar o coração de um homem tão sofredor É preciso valorizar o homem do sertão Porque é ele que planta e colher o alimento que brota do chão É preciso tirar o chapéu e respeitar o homem lavrador Porque bom alimento que chega na sua mesa, foi ele quem plantou Moro em uma casinha de sapê De barro batido a mão Aqui no sertão, tem que plantar e colher Para comer a massa do pão Moro em uma casinha de sapê De barro batido a mão Aqui no sertão, tem que plantar e colher Para comer a massa do pão