[Era um novembro ensolarado Que escureceu de repente Quando a fada negra da morte Acenou pro presidente Talvez um bando de anjos Levaram pra eternidade O herói da lancha torpedeira E a tocha da Liberdade] O povo se encheu de luto E a América emudeceu E dos olhos negros da noite Uma lágrima escorreu Foi um pranto universal Mais triste que esta balada E nos sete mares da Terra A água ficou mais salgada Não te calaram com a morte E pouco adiantou a traição Pois teu legado, John Kennedy, É estrela na escuridão Em Cuba e na Rússia, Em Berlim e no Vietnã, Ficou a legenda e a alma Incrustradas no amanhã [Flui das vilas operárias Até o sertão profundo A magia do teu nome Pelos ermos deste mundo Os tambores em surdina Saramodeando os funerais E a certeza, John Kennedy, Que os homens nascem iguais] Por isso esta balada Cheirando a mar e savana Carrega ventos libertários Da herança kennedyana Como diria um caboclo, Num verso que não é meu, Comandante John Kennedy Lute, encanto não morreu Seu nome era João Embora tudo termine Ele tinha um anjo da guarda Que se chamava Jaqueline Me perdoe o lugar-comum Meu irmão de alma nobre Mas no dia que ele morreu O mundo ficou mais pobre [O clarim que ficou em sua tumba Na chama eterna nutrido Um dia despertará O soldado adormecido] Adeus, John Kennedy, adeus Em cada novembro de novo Te acenam as cerejeiras Te acenam as cerejeiras, E os lenços brancos do povo Adeus, John Kennedy, adeus Em cada novembro de novo Te acenam as cerejeiras Te acenam as cerejeiras, E os lenços brancos do povo