Na testa quebro o chapéu Que acende tempos passados Na armada do sovéu Prendo dias atrasados Eu nasci agauderiado De bandeira já em punho Trago o pampa aquerenciado Desde um junho a outro junho E assim, meu peito avoa Nas pegadas do tordilho Eu nunca falquejo à toa E também não faço trilho Pra cantar eu tenho brilho Pra lidar tenho destreza Eu canto sem estribilho Que não repito a certeza Para o amor eu tenho prenda Pra viver eu tenho rumo Não há briga em que me renda Se vem torto eu mesmo aprumo E assim me faço inteiro Verdadeiro na emoção Meu cantar é um viveiro Que ressurge a tradição Sou gaúcho eu sou costeiro Pra isso eu chamo a atenção Se me dessem o mundo inteiro Eu queria só este chão Eu nasci agauderiado Nos rincões do meu rio grande E cresci amamentado Por esse amor que só se expande E quando chegar a hora De eu volta lá donde eu vim Eu lhes digo desde agora Este pó é para mim Este é o pó de adonde eu vim