Vieste de menino de oiro pela mão Acordar a madrugada E fez mais às vezes uma só canção Do que muita panfletada Grandes janelas soubeste abrir Por onde o ar correu sem te pedir Que não se cansem de nascer As fontes onde vais beber Nunca mais te hás-de calar Ó Zeca, para nós Canta sempre sem parar Que é seiva e flor A tua voz Vestiste a capa de caloiro coimbrão Para ultrapassar o fado E, em cada Natal, teu fruto temporão Nunca foi ultrapassado Na distração jogas à defesa Com o humor disfarças a tristeza Cantas a esperança e o amor Que o povo te ensinou, de cor Nunca mais te hás-de calar Ó Zeca, para nós Canta sempre sem parar Que é seiva e flor A tua voz Nem tudo o que reluz é oiro, pois então E bem gostaria o facho De te ver calado e manso pela mão Com medalhas no penacho Co'a tua ronha felina e sã Vais-lhe atirando as flechas de amanhã O olho pisco a acender E a garganta a acontecer Nunca mais te hás-de calar Ó Zeca, para nós Canta sempre sem parar Que é seiva e flor A tua voz