Viola de caviúna, madeira que não apodrece Já foi arvore no sertão onde as ramagens florescem Do braço todo enfeitado e o bojo feito num s É um coração de madeira que também sofre e padece Neste mundo de maldade só você me obedece Segredos de minha vida é só você que conhece. Quando minha viola chora a natureza estremece Tem o canto da araponga na mata quando escurece As flores se abrem no campo, a mata toda enverdece Quem tá triste fica alegre, quem tá alegre se entristece Chora quem nunca chorou, coração duro amolece Quem tem mágoa em sua vida deste momento se esquece. Violeiro é muito estimado no lugar onde aparece Nas funções aonde eu chego todo mundo me conhece Eu entro salão a dentro, só saio quando amanhece Quando a linda estrela d’alva atrás da serra aparece E o sereno da alvorada toda a folhagem umedece Contemplando a natureza no luar que resplandece. Todo o caboclo violeiro com a viola se envaidece Ela é seu oratório onde ele faz a prece Com as amarguras da vida ele nunca se aborrece Leva a vida divertindo, não sente quando envelhece E quando a morte o levar que na sepultura desce Somente sua viola para o mundo ele oferece.